Os prédios também o são. Verdades altivas e distorcidas pelas ilusões geométricas de linhas paralelas a inclinarem-se precipitada e apaixonadamente para um infinito já ali à frente. Protectoras memórias que em U se juntam, em uníssono escutam e em utópicas partilhas entram. As árvores, sempre presentes, sempre sobranceiras à memória que acolhem dos Sóis que nela giram e iluminam, acompanham os prédios; os prédios que são dessa cor que não sei bem descrever... um tom que se esquece, não por falta de relevância; mas porque as memórias boas são sempre assim - não conseguimos pensar com cor, nem com cheiros, mas lá que eles nos conseguem fazer pensar, lá disso ninguém duvida...
Os barulhos ecoam imaginados num tamborilar de aves, insectos, ares, estrelas e pormenores impossíveis sem fim... As luzes dançam nos tectos da imaginação, projectando nesse céu tão plano, quanto real, de azul sarampeiro profundo, onde coexistem estrelas, neurónios e astros, filmes da infância, de uma transparência a roçar o limite de visibilidade dos olhos da alma...
Passei por esses jardins ontem, olhei e resolvi entrar: entrei nessa loja que faz sonhar, escolhi uma memória gostosa para comprar e sentei-me no banco do jardim a apreciá-la, qual gelado imaginário numa quente noite de Verão.
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