..."Se nao olhares para o mundo, nao saberas se o mundo esta a olhar para ti..."
Hoje em dia, ja sozinho, dou por mim a olhar para o mundo a procura de algo... Num desespero silencioso, as ruas aparecem-me vazias. Aos meus olhos. Parece que agora, dou por mim a procurar por algo e a nao ver nada. Sem do nem piedade, nessas mesmas ruas, nas ruas para onde "olho", nao vejo sombras, nao vejo cores, nao vejo nada. O vento nao se faz sentir e os meus olhos perdem-se em redor de mim mesmo, num continuo rodopio... Numa especie de torpor doentio, causado por um sol quente e focado em mim... Os meus olhos perdem-se. E fazem-me perder. A espera... Talvez de...
Talvez de apanhar a essencia espiritual que me habituaste a ver... de captar qualquer indicio da tua passagem por ali...
Mas ja nao te encontro. Ali ja nao te encontro. Ja nao andas por ca. Ja nao te vejo dessa forma. Aqui. Ali. Alem. Acola.
Nao te vejo neste mundo que acabou por se tornar meu. Com este Sol que ja nao e amarelo, com esta luz que me e estranha. E, no entanto, ja tao familiar. Sabes como eu sou com a luz, com a luminosidade... Lembras-te bem como era esquisito com as variacoes cromaticas dos ceus que partilhamos. Lembras-te, certo? (estas ai?)
Mas neste mundo tu nao existes mais, e eu agora existo. Vejo-me so. Estou so. E as ruas de outrora ja so existem na minha mente. Tal como tu. E eu, talvez. Vagueiam na minha mente vozes de um dia que ja foi e nao voltara a ser mais outra vez. Ecos de um passado que relembro agora, em olhos presentes num mundo sem o conseguir ver.
Tudo mudou. Mas eu feito miudo mimado continuo a nao ouvir os teus conselhos. So que agora, para ver se te consigo voltar a ver. A mim. Talvez de devesse ter dado ouvidos ao que uma vez me disseste.
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