Tuesday, April 10, 2007

Choro de alma

Chorar sem lágrimas. Fogos que ardem, sem arder... Ambos sufocam, num pranto extenuante, mas que aconchega... Uma humidade quente que acaricia... Natural, quase familiar, desde sempre... E persistem em mim... Atingem-me com força, tornam-me num ser que vive. Pertubam, no entanto. Deixam-me incomodado, demasiado alerta para todos os estímulos que chocam contra mim. O vento. O cheiro. A humidade. A secura do ar, o sol, a luz, a cor, o barulho, tudo tudo tudo... E persistem... Fogos que devastam sem os ver... Choro que sai sem molhar... E que no entanto, é chorar. E é queimar. E assim desaparece tudo em mim, sem eu me aperceber. E no entanto, tanto fica, pronto a renascer...

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