Friday, September 16, 2011

Sexopolis

Olhando para a cidade, deste ponto mais elevado, consegui perceber os seus tons dourados, de semelhança gémea às lembranças outonais... Da estrada elevava-se um som, um rumor... Daquele tipo que desperta sentimentos, que levam a outros sentimentos e lembranças de um sexo animal... O rubor começa a fervilhar, ao de leve na minha pele. E esta agora já não é minha. É uma pele, outra que não a que tenho. É minha, mas não só.... É uma estrada, daquelas que nos conduz a sonhos, memórias... Num serpentear que me faz embala, entorpece, mas faz vibrar... Num êngodo de curva, num manejo de corpos. O corpo curvado ao desejo dos tempos... Escuta... http://youtu.be/a93_5AXZx18 Ele não pára por aqui.... Eleva-se. E volta a descer... Até nós. De novo. A nós o que é de todos. A todos o que sinto agora... E o que sinto é o meu corpo a retorcer-se. A minha mandinga vem ao de cima, o meu rebolejo anseia por se libertar... Deliro numa visão de fogo, suo um calor que vem de sempre, de dentro... Penso se não o terei herdado de uma fogosa noite, perdida lá longe no éter de uma celebração bem libertina. Pergunto-me se não será reflexo de um fulgor de sexo, que desce geneticamente nas longas e sinuosas escadas de uma muito particular construção geneticamente assombroso, ao bom estilo de Gaudi ou de uma tão fornicada Guernica. Lembranças de guerra... guerras de suor, de sangue... e muita, mas muita degustação corporal... Que sentimento de posse! Que vingança mais gulosa, com tão doce-azedo travo a vergonha... Mil línguas, num lânguido e manipuloso sibilar de curvas... de altos... de baixos... tanto por fora... e bem, bem dentro...... Mil suores, mil fluídos, mil engolidos, mil.... Que cor. Que vibrar. O reflexo do suor. O teu olhar.

É uma estrada. Uma estrada com um rumor que emerge. Um rumor que é dourado, vermelho, que é sangue. E que faz lembrar... http://youtu.be/rg3IY2A_f70 O Outono chegou.

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