Novamente aquela sensação, novamente aquele aperto... Novamente aquele cheiro, novamente aquele momento... A força que se acumula quer-se libertar. Um esgar de prazer que me aperta lentamente e não parece querer parar. Cheira a pinheiro. Um cheiro seco. Areia. Sim, sem dúvida, a areia também. De resto, serão pardais? Sons e sons que chegam até mim. "It felt so true, but it only happen that night" tocava no rádio. E, no fundo, assim tem sido, tantas noites durante todo este tempo. Deitado na cama, barriga para baixo sonhei em me alongar no desejo de ser maior, de me estender por campos sem fim e cheirar, cheirar, cheirar....
Não quero que este cheiro acabe. Não mais. Não quero que estas noites sejam só noites, ponteiros pontuais a sombrear minutos virtuais... Quero que sejam realidade, a minha realidade. Exijo isso de mim. Exijo isso para mim. Por favor. Não mais...
Leva-me e deixa-me ser quem estou destinado a ser. Deixa-me viver. De uma vez por todas. Por favor...